A Dermatite de Contato é uma das alergias mais comuns, junto a dermatite atópica e urticária.

O que é?

A dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos de dermatite de contato: a irritativa e a alérgica.

A dermatite irritativa é causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador e é uma forma que ocorre em um grande número de pessoas. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato.

A dermatite alérgica de contato aparece após repetidas exposições a um produto ou substância. Ela depende de ações do sistema de defesa do organismo, e por esse motivo pode demorar meses a anos para ocorrer, após o contato inicial. Essa forma de dermatite de contato ocorre, em geral, pelo contato como produtos de uso diário e frequente, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha, medicamentos de uso tópico,  produtos de limpeza, sabonetes, entre outros. As lesões da pele acometem o local de contato, podendo atingir outros à distância.

Alguns produtos causam reações somente após exposição solar concomitante, como o sumo de frutas cítricas e perfumes.  Outros produtos podem entrar em contato com a pele quando carregados pelo ar, como inseticidas em spray e perfumes para ambientes.

As dermatites de contato podem ocorrer tanto no ambiente doméstico como nas atividades de laser e no trabalho. Neste último é chamada de dermatite de contato ocupacional.


Veja a lista a seguir contendo algumas substâncias que podem causar alergia: 

•    Plantas;
•    Metais: níquel ou outros metais presentes em bijuterias, relógios e adornos de roupas ou calçados;
•    Medicamentos tópicos: antibióticos, anestésicos e antifúngicos;
•    Cosméticos: perfumes, shampos, condicionadores, cremes hidratantes e esmaltes de unhas;
•    Roupas e tecidos sintéticos;
•    Detergentes e solventes;
•    Adesivos;
•    Cimento, óleos, graxas e tinta de parede.
 

Sintomas e quadro clínico

Os sintomas são variáveis e dependem da causa: ardor ou queimação até intensa coceira (prurido).
As reações alérgicas podem ocorrer repentinamente ou meses após a exposição a uma substância, o que pode dificultar na descoberta do agente causador da alergia ou irritação.

A dermatite alérgica, muitas vezes, provoca uma erupção vermelha no (s) local (is) em que a substância entrou em contato. A reação alérgica surge após 24 a 48 horas da exposição. A lesão pode ser inchada e vermelha, com pequenas bolhas; quente; ou formar crostas espessas.

A dermatite irritante torna a pele seca, vermelha e áspera. Fissuras podem se formar no local. Os sintomas são mais discretos com pouca coceira e sensação de dor e queimação.

As mãos são um local comum da dermatite de contato. Vários agentes podem ser os causadores, como produtos de limpeza, sabonetes, cosméticos (cremes e loções hidratantes) e são frequentemente afetadas em atividades profissionais, como cabeleireiros, auxiliares de limpeza e pedreiros.

 

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico baseia-se na história contada pelo paciente de exposição a um agente irritante ou alérgeno e no aspecto das lesões da pele.
Quando existe a suspeita de se tratar de uma dermatite alérgica, está indicada a realização do teste de contato, que é um método no qual o médico aplica no dorso do paciente os agentes mais prováveis de terem causado a reação. O teste é aplicado num dia e retirado após dois dias, mas o resultado final poderá ser definido somente após um a dois dias da retirada dos mesmos, o que implica três visitas ao consultório médico.

O teste é feito da seguinte forma:
1° consulta: pequenas placas contendo amostras de possíveis alérgenos são aplicadas na pele do dorso
2° consulta: retirada das placas (48 horas após a aplicação)
3° consulta: leitura dos testes (48 horas após a retirada)

O teste poderá demonstrar alguma resposta positiva, ou seja, o surgimento de pequena área avermelhada correspondente à substância que você é alérgico.
 

Como uma dermatite de contato é tratada?

Primeira medida é afastar a o alérgeno (a susbstância causadora).
O tratamento depende muito da extensão e da gravidade do quadro, e as medidas poderão ser apenas locais ou incluir a utilização de medicações via oral ou injetáveis.
Um dos primeiros passos inclui a higienização com água para remover qualquer vestígio do irritante ou alérgeno que possa ter permanecido na pele.
Quando as lesões estão muito úmidas, geralmente em casos em fase aguda, pode-se utilizar compressas úmidas, secativas ou antissépticas.
Cremes ou pomadas de corticosteroides são utilizados para reduzir a inflamação da pele. É fundamental seguir atentamente as instruções ao usar esses cremes. O uso excessivo, mesmo dos mais fracos, podem deixar a pele dependente ao produto. Adicionalmente, ou para substituir os corticosteroides, o médico pode prescrever medicamentos chamados imunomoduladores tópicos, como o tacrolimus e pimecrolimus.
Nos casos em que existe muita coceira e/ou nos casos mais graves, podem ser necessários o uso de antialérgicos orais ou corticosteroides orais ou injetáveis.
Emolientes e hidratantes ajudam a manter a pele úmida e também auxiliam na reparação e proteção da mesma.  Eles são utilizados nas fases de resolução, quando a pele começa a descamar e secar, além de ser parte fundamental para a prevenção e o tratamento da dermatite de contato, principalmente aquelas que envolvem contato frequente com água.

Em caso de alergia, jamais se automedique ou busque “soluções mágicas”, pois elas podem agravar ainda mais o problema: procure sempre um médico!

Veja orientações para dermatite de contato