Quelóide e Cicatriz Hipertrófica

As duas condições representam uma reposta excessiva do tecido conjuntivo a uma injúria. O quelóide é uma área de tecido fibroso bem delimitada que se estende além do defeito original. A cicatriz hipertrófica permanece confinada ao defeito inicial e tende a regredir com o tempo. Têm predileção pela região pré-esternal, ombros, queixo, lóbulo da orelha e pernas, sendo mais freqüentes em adultos jovens e em negros. Há relato de dor e prurido. A incidência da formação de quelóide é registrada em 6 a 16% da população.

A síntese dos colágenos I e III está aumentada. Massagem local, compresão constante, gel de silicone, creme com óleo de silicone a 20% aplicado sob oclusão, Flash lamp pumped dye laser, b-terapia, crioterapia, intralesional com corticóide e Microinfusão de Medicação Percutânea (MMP) são opções terapêuticas.

 

Cicatrizes de acne

CICATRIZES DE ACNE: TRATAMENTOS MAIS UTILIZADOS

A acne é uma doença que atinge principalmente adolescentes mas que também afeta adultos, principalmente mulheres entre 20 e 40 anos. Algumas pessoas desenvolvem formas mais graves de acne, que podem deixar sequelas cicatriciais, como manchas e alterações da superfície da pele, principalmente cicatrizes deprimidas.

Nos últimos anos tem havido avanços significativos no tratamento das cicatrizes de acne e hoje, graças à combinação de técnicas, se conseguem resultados alentadores.

As cicatrizes de acne podem ser quelóides, hipertróficas e atróficas. Nos casos daquelas que apresentam perda de tecido, (atróficas), podem ser distensíveis (quando desaparecem pelo estiramento da pele) e não distensíveis (que não desaparecem pelo estiramento da pele).

Na categoria das não distensíveis estão as cicatrizes tipo “ice peak” que provavelmente são as de mais difícil resolução por seu tamanho e característica.

O tratamento cirúrgico das cicatrizes é solucionado mediante uma história completa e uma classificação precisa das cicatrizes.
É importante, antes de iniciar a abordagem cirúrgica, que se conheça o tratamento com isotretinoína oral e também sobre as expectativas.

Quando há expectativas irreais, o tratamento pode tornar-se insatisfatório tanto para o paciente quanto para o médico.

Uma vez classificadas as cicatrizes de acordo com seu aspecto, há vários procedimentos para as retirar.
Correção de cicatrizes de acne
Vários tratamentos podem ser utilizados para a correção das cicatrizes de acne e a indicação de cada um deles depende de cada caso. Em uma mesma pessoa, pode ser necessária a utilização de mais de um método, para se obter um melhor resultado. Nestes casos, o tratamento pode ser demorado, pois um procedimento pode não ser compatível com o outro. Paciência e controle da ansiedade em resolver tudo de uma vez é recomendada. A melhora da pele pode demorar, mas os resultados vão persistir para sempre. Muitos destes procedimentos  precisam de algumas sessões, ou seja, mais de uma sessão para atingir bons resultados.

É importante ressaltar que estes procedimentos devem ser realizados apenas por médicos dermatologistas treinados e nunca por profissionais não médicos, pois sempre existem riscos de efeitos adversos, mesmo quando realizados adequadamente. Veja, abaixo, as técnicas mais frequentemente utilizadas:

•    Peelings químicos: podem ser superficiais, médios ou profundos, de acordo com a profundidade da pele que se deseja atingir. Os resultados são mais aparentes quanto mais profundos são os peelings, assim como aumentam também os riscos de efeitos colaterais e o desconforto durante o peeling e no pós-peeling. Bons resultados podem ser obtidos com peelings superficiais repetidos e realizados a pequenos intervalos, principalmente para o tratamento de manchas mais escuras causadas pela acne. Além de clarear as manchas, os peelings melhoram a textura da pele, que fica mais uniforme e melhora o seu aspecto como um todo. Se as cicatrizes forem mais profundas, os peelings médio e profundo podem ser utilizados.

•    Dermoabrasão: consiste no lixamento da pele e está indicado nos casos em que há presença de cicatrizes deprimidas e profundas, principalmente aquelas com bordas bem delimitadas. O procedimento é doloroso e feito sob anestesia. O risco maior é o de deixar manchas escuras, principalmente em pessoas de pele morena.

•     Preenchimento cutâneo: para as cicatrizes deprimidas que desaparecem quando a pele é esticada, o preenchimento pela técnica de microgotas é uma boa indicação. São injetadas substâncias debaixo da cicatriz, levantando-a. Os preenchedores podem ser temporários, como o ácido hialurônico (que pode durar cerca de 1 ano), ou definitivos, como o dimetilsiloxane. O procedimento é bem tolerado e, pessoas mais sensíveis, podem utilizar um creme anestésico. Saiba mais sobre o preenchimento cutâneo.

•    Elevação de cicatrizes: indicada para aquelas cicatrizes deprimidas que se parecem com marcas de catapora. Sob anestesia local, utiliza-se um punch (instrumento cortante semelhante a um canudo) para cortar a pele da cicatriz em círculo, sem soltá-la dos tecidos mais profundos, elevando-a até ao nível normal da pele e fixando-a com curativo. É comum a pele ficar até mais alta que a pele normal, sendo necessário, posteriormente, realizar uma dermoabrasão de toda a região para igualar a altura.

•    Excisão e sutura simples: utilizada para remover cicatrizes disformes, com bordas irregulares. Consiste na retirada da cicatriz com bisturi, sob anestesia. A cicatriz resultante da remoção é mais uniforme, feita borda a borda, com resultado estético melhor.

•    Resurfacing com Laser: o tratamento é semelhante à dermoabrasão só que, ao invés das lixas, a remoção do tecido é feita pelo laser. Assim, a profundidade do tecido a ser removido é controlada pelo computador, enquanto que, na dermoabrasão, depende mais da sensibilidade do profissional. É indicado para cicatrizes deprimidas de bordas bem marcadas.

•    Subcisão ou tunelização: utilizada para elevar cicatrizes deprimidas, a técnica consiste em liberar a pele da fibrose cicatricial que a puxa para baixo. É feita pela introdução de agulha cortante sob a cicatriz, em movimentos de vai-vem, que cortam o tecido fibroso, soltando a pele. Um hematoma resultante do trauma estimula a formação de tecido colágeno no local, que também vai ajudar a elevar a cicatriz.